Bolinhas de Berlim

Com poucas coisas para fazer ou com falta de vontade para fazer essas mesmas poucas coisas decidi escrever, actualizar o blogue.
Nem sei por onde começar para contar esta história, se é que é uma verdadeira história... Depois de um período de férias no Algarve durante os primeiros catorze dias do mês de Agosto regressei a casa com algumas ideias para o blogue, ou melhor, para possíveis artigos “bloguescos”.
"Boleiro" a proferir a primeira sílaba de "Bolinhas"
Manta Rota, 2006


Na verdade são apenas dois ou três artigos. Falarei dos restantes quando me apetecer escrever, divagar em cenas, perdoem-me o termo, patetas.


Como já deves ter reparado no título vou falar de “Bolas de Berlim”.

E porquê as “Bolas de Berlim”?

Eu respondo...

A “Bola de Berlim” é aquele bolo fantástico que qualquer criança gosta, ou gostava... pelo menos há 15 anos era assim. Ir a um café (pastelaria era um termo muito chique) olhar para a montra dos bolos e ver lá aquele açúcar todo e o creme de ovos a piscar o olho... Meu Deus! O que é facto é que esta iguaria foi caindo no esquecimento dos mais novos, e a meu ver a culpa disto tudo é dos senhores da Panrico e do Bollycao.

E porque a “Bolinha” não pode ser esquecida notei, já no ano passado (2005) que andam uns senhores nas praias a fazer negócio com as tais bolas. Fico contente por saber que há quem se preocupa com a tradição e tenta a todo o custo mantê-la. Quando digo a todo o custo não falo de economia, falo sim de um esforço físico de alguns Quilómetros nas pernas durante um dia de trabalho. E depois há quem diga que isto está mau em termos de emprego...

E não é que sair do Oceano, comer uma “Bola de Berlim” e tirar todo aquele sal (NaCl) da cavidade bucal com uma autêntica “Bomba Calórica”... É fantástico!

Entretanto ocorreu-me mais um pensamento. Pensamento este que está a impedir-me de chegar ao cerne da questão, lá chegaremos.
Este pensamento tem a ver com a expressão “Bomba Calórica”. Na verdade há 15 anos eu era um puto de sete anos de idade e não ligava muito a calorias.
Agora pergunto: Será que se falava tanto em obesidade e no controlo da “linha”?! O pessoal comia bolos à grande e eu não via esta preocupação que hoje se vê. Enfim, é melhor não prosseguir com este pensamento Calórico senão ainda posso vir a causar anorexia nalguma pessoa que por aqui passe.

Fazendo uma ponte com o emprego...
Será que os “Morangos com Açúcar” foram influenciados pelo espírito “Bolista” presente nas praias portuguesas?! Ou será que são os “Morangos” que proporcionam a certos jovens uma perspectiva de emprego e sucesso?!



Mas do que eu gosto mesmo é da tradição.
Tradição que é tradição tem pregão!
Os pregões... Decorei alguns, e confesso que isto tem alguma piada.

Basta imaginar um jovem a vender “Bolas de Berlim” aos gritos na praia para tentar vender o produto que traz dentro das malas que transporta, individuo ao qual opto aqui por chamar de “boleiro”.
Vejamos alguns exemplos de pregões enquanto imaginamos o tal "boleiro":
  • “Bolinhas!” – Muito Simples.
  • “Bolinha de Berlim, há com creme e sem creme!” – Muito à “Morangos”.“Bolinhas, a menina bonita não paga... Mas também não come! Ah pois é!” – No Comments.
  • “Elas não me largam...” – Quem?! As “Bolinhas”?
  • “Há Pastel de Nata, Amêndoa e Jesuítas, Bolinha de Berlim!” – Este ficou para último por ser aquele que me marcou mais, dada a velocidade com que eram proferidas as últimas seis sílabas do pregão, a saber: Bolinha de Berlim.
Note-se uma importância extrema em preservar a tradição por parte do vendedor que usava este pregão. Não eram só as bolinhas, eram também os pasteis de nata, os pasteis de amêndoa e os jesuítas. Certamente que subirá na vida por não ser um simples vendedor de “Bolas de Berlim”.

Viva o "Boleiro", Viva a tradição, Viva a "Bolinha de Berlim"!

Chega de patetices... Abraços! =)

Comentários

Anónimo disse…
Isto é só uma pequena correcção... é proibido vender bolas de berlim com creme na praia! devias saber isso!!!
Moral da história: há bolas com creme e sem creme é um conceito desactualizado e que não deve sem empregado de uma forma desplicente como fazem nos morangos.
Faleiro disse…
Ferreira, limitei-me a descrever uma experiência ;) a verdade é que eles vendiam-nas e usavam estes magníficos pregões =)

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